Mais de sete mil portugueses adquiriram nacionalidade britânica desde o Brexit

Desde o referendo do Brexit, em junho de 2016, que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), mais de sete mil portugueses adquiriram nacionalidade britânica, segundo dados do Observatório de Emigração publicados esta terça-feira.

Comparando 2016 com 2019, o número mais do que triplicou. Neste último ano, houve 159.380 aquisições de nacionalidade de estrangeiros naquele país, 1,4% dos quais portugueses, de acordo com o Observatório de Emigração. Isto equivale a 2227 portugueses que optaram pela nacionalidade britânica em 2019. Em 2016, este número foi de 672 (três vezes menos do que em 2019).

Embora se verifiquem algumas oscilações, 2018 (1906) e 2019 (2227) foram os anos em que o total de aquisições de nacionalidade britânica por parte dos portugueses registou os valores mais altos registados desde 2000, o ano que marca o início da grande vaga migratória.

No ano passado, devido à pandemia, o ritmo registou uma quebra. “Em 2020, já com o processo do Brexit finalizado e com a covid-19 a ter impacto nos processos administrativos, no 2.º trimestre dá-se um grande decréscimo (variação que se verifica ainda de forma mais acentuada no total de aquisições)”, indica o Observatório de Emigração, uma estrutura integrada no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa.

Ainda assim, apesar da pandemia e dos decréscimos registados, o total de obtenções de nacionalidade conseguiu ultrapassar o valor registado em 2017 (1484 contra 1234, respetivamente). Este aumento parece explicar-se, sobretudo, “pelos receios induzidos pelo Brexit e pela redução de direitos associados ao estatuto de estrangeiro que daí poderá resultar”, sugere a entidade.

O Brexit tornou-se uma realidade no dia 31 de dezembro de 2021, quase um ano depois de o Reino Unido ter oficialmente deixado a União Europeia, em 31 de janeiro de 2020, na sequência de um referendo popular em 2016.

Londres e Bruxelas chegaram, assim, a um entendimento após dez meses de intensas e complicadas negociações, que culminaram um processo difícil a nível nacional.

Fonte: executivedigest.sapo.pt – 05/01/2021

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